Coordenação: José Eduardo Franco
Tradução: Ana Santos, Isabel Gomes, Sofia Geraldes
Parceria: Roma Editora
Lisboa, 1999: 407 pp.
ISBN 972-8490-04-6
Cota CEFi: 271.5 LER

Quinet, um dos mais apaixonados antijesuítas franceses, apresenta assim um dos tópicos que se tornou mais recorrente do mito jesuíta: a sua capacidade de infiltração e de controlo das cúpulas dos poderes temporais: «Por trás de cada rei, vê-se caminhar um homem da Companhia de Jesus, que de noite e de dia, com a autoridade das ameaças infernais, segura essa alma na sua mão, a dobra nos exercícios espirituais, a diminui ao nível e ao tom da Companhia. Ela renuncia fazer ministros para se sentar ela própria no trono, ao lado do penitente.» Esta ação, revestida de um caráter críptico e demoníaco, teria em vista destruir todos os poderes instituídos nas diversas nações e instaurar um universal domínio dos Jesuítas em toda a Terra.
Com efeito, como sublinha Michel Leroy, «poucas associações humanas terão exercido sobre grande parte do mundo uma influência comparável à da Companhia de Jesus, durante mais de quatro séculos, não só na vida espiritual, mas também na vida intelectual e até política. Essa influência fascina. Mas também não deixou de inquietar. O reverso do papel histórico da Ordem fundada por Inácio de Loyola é a lenda negra que a persegue desde a sua origem».
É um dos mais fantásticos e obsessivos desenvolvimentos desta lenda negra que este livro ilustra, tendo por base uma vastíssima investigação e um largo tratamento de fontes. A sua leitura fascina e aterroriza e não nos deixa indiferentes, pois, este é um daqueles livros que dá que pensar.
Um dos objetivos deste livro é surpreender o mito nos seus delírios e «servir a verdade», de modo que o conhecimento possa ser «instrumento de liberdade».

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