Aristóteles: Ética A Eudemo
Tradutores: António Amaral, Artur Morão
Parceria: Tribuna da História-Edição de Livros e Revistas
Lisboa, 2005: 138 pp
ISBN 972-8799-37-3
Cota CEFi: 1 ARST ETI
Autores houve que duvidaram da autenticidade desta obra aristotélica, mas hoje é concorde a opinião de que ela pertence, de facto, a Aristóteles. Existe também acordo quanto à sua redação, que terá sido anterior à da Ética a Nicómaco.
A Ética a Eudemo contém 8 livros:
- O livro I, nos capítulos 1-6, trata do objeto e do método da ética. Os capítulos 7 e 8 investigam as condições de felicidade humana (eudaimonia). Para Aristóteles, o bem supremo do homem não existe previamente, como em Platão, mas deve ser por nós realizado, pois o seu lugar é o mundo presente.
- O livro II centra-se no problema da felicidade e trata da virtude em geral. A atividade é melhor do que a passividade. A alma alcança a felicidade quando consegue realizar as suas virtudes. É aqui fundamental a doutrina do meio-termo, que surge como norma do bem.
- No livro III, Aristóteles ocupa-se de algumas virtudes singulares, cuja exposição prossegue nos livros IV-VI, que correspondem aos livros V-VII da Ética a Nicómaco. Segundo alguns investigadores, estes livros, por razões estilístico-linguísticas, inserir-se-iam melhor na Ética a Eudemo, mas a tradição manuscrita sugere que eles pertenceriam originariamente à Ética a Nicómaco.
- O livro VII gira em torno da amizade e das suas formas, de que oferece uma análise muito justa.
- O livro VIII contém ainda observações sobre as virtudes e realça sobretudo a beleza moral ou a perfeita honestidade (kalokagathía), mas encerra um contraste em relação à Ética a Nicómaco; esta acentua a contemplação como uma atividade humana, ao passo que a Ética a Eudemo dirige a atenção para o objeto da contemplação, Deus - fim último em virtude do qual a inteligência moral ordena.