encarnacao-MHenryAutor: Michel Henry
Tradução portuguesa: Florinda Leonilde Ferreira Martins
Revisão Científica: Manuel Barbosa da Costa Freitas
Parceria: Tilgráfica, SA
Braga, 2001: 290 pp
ISBN 972-42-2477-5
Cota CEFi: 111HEN EN

Elucidar a "encarnação", a existência na carne, o "ser carne", tal é o propósito deste livro. A carne não é o corpo. Porque é a carne que, experienciando-se, sofrendo-se, padecendo-se e sustentando-se a si mesma, fruindo de si, segundo impressões sempre renascentes, é capaz de sentir o corpo que lhe é exterior, de o tocar e de ser tocada por ele.
De resto, só a carne nos permite reconhecer o corpo.
Mas a elucidação da carne depara-se necessariamente com a afirmação fundamental que encontramos no Prólogo ao Evangelho segundo João: "E o Verbo se fez carne." Tese inverosímil, sobre a qual, todavia, se desenrola o destino do cristianismo no decurso dos anos. Ela afirma simultaneamente que a carne de Cristo é semelhante à nossa, que o homem "é carne", que a unidade do Verbo e da carne é possível e se realiza em Cristo. Mas o que deverá ser a carne para ser revelação? E o que deverá ser a revelação para se cumprir como carne?
Estas são algumas das questões que Michel Henry aborda nesta análise da nossa condição encarnada. Ela prolonga e aprofunda a meditação da Vida que fora objeto dos seus livros anteriores, em particular de Eu Sou a Verdade. E é tambem uma magnífica releitura crítica da tradição fenomenológica de Husserl a Merleau-Ponty.